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SULTANAHMED: PALÁCIO TOPKAPI

O Palácio Topkapi é maravilhoso! Visita imperdível em Istambul.

Nesse palácio pode-se passar horas passeando em seus jardins, pátios e salas, e o ideal é reservar o dia todo para visitá-lo. Como em geral ele está incluído nos tour regulares das agências de turismo, sua visitação é feita em meio dia, o que é corrido, embora suficiente para conhecer boa parte dele. Esse foi o nosso caso, e sinto ter deixado de conhecer ou ter visto muito por cima algumas partes. Os guias desses tours gerais também são muito econômicos nas explicações e não acompanham o turista o tempo todo: em geral chamam o grupo para um breve comentário em cada parte principal do palácio e deixam que cada um faça sua exploração sozinho. Como conseqüência a maior parte dos detalhes são perdidos. Um jeitinho brasileiro que resolvi adotar foi ficar por perto de guias privativos que explicavam minuciosamente os detalhes que me interessavam. Mas isso não dá para fazer por muito tempo. Uma solução, caso não queira o guia privativo, é alugar os fones com explicação para cada ponto do palácio, o que pode ser adquirido na entrada ao se comprar o ingresso.  



O Palácio Topkapi foi o centro do poder otomano por mais de três séculos, até ser substituído pelo Palácio Dolmabahçe, em 1853.  Como fica no bairro Sultanahmet, é fácil de encontrar. Assim que sair da Santa Sofia contorne-a e encontrará a entrada principal, ou se vier de bonde, desça na estação Gülhane que fica em frente. Você logo verá a entrada e a fonte construída por Ahmed II.


Topkapı significa porta (kapı) redonda (top). O palácio foi construído entre 1459 e 1465, logo após a conquista de Constantinopla, pelo Sultão Fatih Mehmet II, o Conquistador, e foi residência de sultões, das mulheres de seus haréns, de milhares de   empregados civis e militares,  e centro administrativo do império otomano por mais de 400 anos.


O palácio é circundado por muralhas com cerca de 5 km de extensão e tem uma área total de 700.000 m2, algo como duas vezes a área do Vaticano. Havia três entradas pelo mar e quatro por terra e cerca de 5.000 pessoas circulando, entre membros da família real, dirigentes, soldados, criados e concubinas. Terremotos e sucessivos incêndios destruíram vários prédios do palácio, motivo pelo qual se encontram estilos tão diferentes em sua arquitetura, em função de obras executadas em vários períodos durante os séculos XV e XVI. Hoje o palácio é um museu que abriga objetos super valiosos e de grande importância histórica da dinastia dos Otomanos.


O palácio está dividido em quatro pátios, com funções e características diferentes, e deve-se cruzar esse agradável jardim antes de se chegar ao primeiro deles.


Primeiro Pátio do Palácio Topkapi


A entrada do palácio se dá pelo Portãi Imperial ( Bab-i Hümayün), erguido em 1478 e logo que se entra percebe-se a grandiosidade do palácio. Um enorme e bonito jardim dá as boas vindas ao visitante e de lá pode-se ter uma linda vista do Bósforo e da cidade. 



O portão conduz ao primeiro de uma série de quatro pátios, que se tornam mais privativos conforme se adentra ao complexo. O Primeiro Pátio era público e não considerado parte propriamente dita do palácio. Abrigava um hospital, padaria, casa da moeda, colégio e dormitórios para os janízaros (regimento formado por soldados que eram a força de elite do sultão)daí seu nome, Pátio dos Janízaros.


À esquerda também fica uma graciosa igreja, a Haghia Irene (Aya Irini Kilisesi), construída por Justiniano e contemporânea da Haghia Sophia. Ela se distingue por ser a única igreja anterior à conquista otomana que nunca foi transformada em mesquita.




Ainda no Primeiro Pátio fica o Museu de Arqueologia. Foi fundado em meados do século XIX numa tentativa de impedir a saída de antiguidades do país, que eram levadas por estrangeiros para encher os museus da Europa. É o maior museu da Turquia e o seu acervo é excelente. Há ainda o Pavilhão do Ladrilho e o Museu do Oriente Antigo. Infelizmente não pudemos visitar por falta de tempo.

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Segundo Pátio do Palácio Topkapi 

A entrada é feita através do portão à frente de onde se compra os ingressos, ao lado da Fonte do Executor, onde os carrascos lavavam as espadas com as quais decapitavam os condenados à morte. As cabeças das vítimas eram expostas também no topo das colunas dos dois lados da fonte.


A porta principal para entrada no segundo pátio do Palácio, a Bab-us Selam ou Portão das Saudações, foi construída em 1.524 por Süleyman o Magnífico.
Nas duas torres em ambos os lados do portão ficavam os prisioneiros condenados à morte antes de sua execução. A torre à esquerda da porta, em ferro forjado, era usada como prisão para empregados civis que tivessem cometido crimes.


Ao passarmos por este portão há um enorme jardim com 130 m de largura por 160 de comprimento, cheio de ciprestes muito antigos e diversas árvores de outras espécies. Na época havia também animais exóticos, entre eles, gazelas e pavões e os jardins eram cuidados por centenas de jardineiros.
O enorme Segundo Pátio era o local aonde se conduziam os negócios do Império.


Aí encontra-se o Divan-i Hümâyûn, ou Conselho de Estado ou Imperial, presidido pelo vizir, ou primeiro ministro. Este edifício era também utilizado para negociações de estado com embaixadores estrangeiros.


Os vizires reuniam-se aqui 4 dias por semana e tomavam importantes decisões políticas internas e internacionais nesta bela sala. 


O quarto, atrás da janela gradeada localizada na parte superior desta sala, foi planejado para que o sultão, ou a Rainha Mãe, pudessem observar e ouvir, sem serem vistos, o que se passava nessas reuniões.


Atravessando os jardins avista-se uma longa fileira de chaminés de ventilação que pertencem às enormes cozinhas, que serviam os mais de 5 mil habitantes do palácio.


Hoje, elas contêm uma coleção de cerâmicas, vidros e prataria, boa parte das quais importada da China e do Japão, através da lendária Rota da Seda. As peças mais antigas são celadons chineses (cerâmicas esverdeadas), particularmente apreciados pelos sultões devido a sua suposta propriedade de mudar de cor quando em contato com veneno. Infelizmente esse prédio estava fechado para reforma e não pudemos conhecê-lo.

 Do lado esquerdo do pátio está o Harém. Os ingressos são vendidos separadamente, em um guichê localizado ao lado da entrada, e sua visita é imperdível. 


Detalhe externo do Harém

A entrada do Harém se faz pela Porta dos Carros (Arabalar Kapisi), que é uma porta de aço maciço.

A palavra Harém vem do árabe "Haram" - "proibido pela religião" e se refere à parte da casa que é proibida a todos os homens, exceto o sultão, os príncipes e os guardas eunucos. As mulheres não tinham problemas para entrar, mas, uma vez lá dentro, não podiam mais sair. O Harém do palácio tem por volta de 400 aposentos.


Da entrada até a porta principal do Harém existe um corredor comprido e estreito com um telhado aberto onde estão várias salas que pertenciam aos guardas do palácio, aos eunucos, ao chefe da contabilidade, à escola de música, e uma pequena mesquita, todas fechadas para visitação. Ao dar os primeiros passos no interior desse prédio é impossível não ser pego por uma sensação de opressão.



Na extremidade desse corredor encontra-se a porta principal do Harém onde residiam a familia e as concubinas do sultão.


A entrada se conecta com as 3 partes principais do Harém: a porta à esquerda leva ao setor das concubinas; a porta do meio ao setor da Rainha Mãe (a mãe do sultão e mulher mais poderosa do harém); e a porta da direita leva ao setor do sultão.
Seguem algumas fotos do interior do Harém.



Não resisti: tive de registrar o banheiro da Rainha Mãe.


Salão Imperial
Detalhe do sofá do sultão


Detalhe da sala privativa de refeição do Sultão

Sala das princesas

Pátio externo ou Pátio dos Favoritos

Detalhe da linda arquitetura do Palácio

Terceiro Pátio do Palácio Topkapi

Passando do segundo ao terceiro pátio cruza-se pelo Portão da Felicidade (Babussaded ou Akagalar), o terceiro maior do palácio.


Esse era o lugar onde por 400 anos foram realizadas as cerimônias mais importantes e que servia para dividir a área administrativa da área residencial do sultão.


À direita do pátio fica a Escola do Palácio e a Sala dos Pajens de Campanha ou Dormitório dos Viajantes (Seferli Ko¤usu), cuja função era cuidar do guarda-roupa real,  hoje usado como escritório da direção do museu.


Estão expostos os trajes dos sultões otomanos, dos príncipes herdeiros e outras roupas de valor: há um cáftan de prata vermelho e dourado de 550 anos de idade perfeitamente preservado, vestido por Mehmed II, conquistador de Constantinopla. Não era possível fotografar.


Ao lado está também o Edifício do Tesouro Imperial (Hazine), o edifício com duas grande cúpulas, uma das partes mais interessantes do palácio. A exposição destas obras de arte, depois do palácio ter sido convertido em museu em 1.924, revelou a riqueza do império otomano.


Peças como um conjunto de malas incrustado de diamantes, o porta-Alcorão de jade, a Adaga de Topkapı, cuja empunhadura possui três esmeraldas do tamanho de olhos, são impressionantes. Como aqui também fotografias são proibidas, fui atrás de algumas fotos na internet para que possam ter uma idéia desse tesouro raro.

A Adaga Topkapi

O trono de ouro e pedras preciosas

São 4 salas ao todo e na terceira está a famosa jóia Colher de Diamante, o Kasikçi,  que é a peça mais importante do palácio e tem um diamante de 86 quilates mais 40 brilhantes incrustrados. É de tirar o fôlego!



Kasikçi

Depois do Tesouro Imperial existem outras salas de exposição mas não tivemos tempo de visitar:a Coleção de Caligrafias e Pinturas; a Coleção de Relógios; a Sala das Relíquias; e o último prédio do terceiro pátio que é a Biblioteca do Sultão Ahmed III.

Quarto Pátio do Palácio Topkapi

O Quarto Pátio é um jardim com terraços com vista para o Bósforo e um conjunto de pavilhões.


Infelizmente não pudemos conhecer com detalhes porque estávamos atrasadas para o encontro do grupo no restaurante. Mas quem tiver tempo vale conhecer o Pavilhão Bagdad , a Sala Sunnet ou Sala da Circuncisão, e o Pavilhão Mecidiye.


De qualquer forma a vista do Bósforo a partir deste pátio é maravilhosa, e é muito agradável aproveitar essa paisagem para relaxar e sentir a brisa gostosa que vem do mar.


E logo abaixo do terraço encontra-se um agradável restaurante onde descansamos e almoçamos depois dessa incrível visita.


Nosso almoço foi muito gostoso e agradável. Foram servidos pequenas porções de vários pratos turcos típicos, e isso foi muito interessante para entrarmos em contato com a rica culinária desse país.


E aproveitando o simpático aceno de nosso amigo de viagem, me despeço por enquanto. Até o próximo post sobre o bairro de Beyazit onde estão: a Mesquita do mesmo nome, o Grande Bazar, o Hamam Çemberlitas e a Universidade de istambul.














3 comentários:

  1. Olá. Peço licença para colocar o link do seu blog no blog que estou fazendo sobre a minha viagem à Turquia. Sua postagem sobre o Palácio Topkapi está primorosa!

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    1. Luisa
      Obrigada pelo elogio e pela visita. Pode colocar, e eu agradeço por isso porque ajuda a divulgar o blog.
      Por favor mande o endereço do seu blog, quero conhecer.

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    2. Luisa, que distração a minha! Já acessei o seu blog, está no link do seu nome.

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