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VIAJAR É BOM DEMAIS!

Viajar é bom demais!  
Mas para sair de casa preciso planejar e conhecer previamente um pouco da cultura, a história, os costumes e as características dos lugares por onde vou passar. É o meu jeito de minimizar contratempos, mas que venham também as surpresas agradáveis! 
Para mim, todo processo de planejamento de uma viagem  é quase tão bom quanto vivenciá-la. Neste sentido pretendo fazer nos próximos posts um rascunho do que será minha próxima viagem para começar a curti-la por antecipação.

Líbano
Turquia












Não é demais! É mesmo muita areia pro meu caminhãozinho, mas...vai ser muito legal!
Estou em plena fase de planejamento e posso assegurar de antemão que vai ser uma daquelas viagens em que uma parte de nós fica por lá para sempre. 
O que pretendo ao contar sobre essa viagem vai além de dar dicas práticas sobre o destino, de como e onde ir, o que ver, o que e onde comer,  onde ficar. Isso todo guia de viagem tem, e de forma bem mais completa. O que eu quero mesmo é motivá-lo a fazer da minha a sua futura viagem.  E aí você vai entender porque viajar é bom demais!
    

FAZENDA ÁGUAS CLARAS - ROTEIROS DE CHARME

Essa viagem de fim de semana foi nossa comemoração de aniversário há alguns anos. Nossa vantagem é que, além de envelhecermos ao mesmo tempo, podemos curtir juntinhos nosso presente, e nada melhor para isso que um fim de semana num hotel fazenda romântico, perdido no meio do mato, mas com a excelência dos serviços dos hotéis e pousadas pertencentes ao seleto grupo do Roteiros de Charme, uma associação que congrega atualmente 51 Hotéis, Pousadas e Refúgios Ecológicos em 42 destinos turísticos no Brasil.

A Fazenda Águas Claras, fundada no século XIX, está localizada nas imediações das cidades de Itapira, Serra Negra e Lindóia

Além de ser próxima a São Paulo, é fácil chegar: saída de SP pela Rodovia dos Bandeirantes até o Km 103, seguir direção de Mogi Mirim,Itapira e Lindóia (Km 35 SP-147). No site tem um mapa descritivo muito bom. Apesar do último trecho de 9 Km ser percorrido em uma estrada de terra, ela é muito bem conservada e qualquer carro conseguirá seguir sem problemas. Entretanto é melhor que este trecho seja feito durante o dia, pois a falta de iluminação deixa a estrada meio assustadora a noite, e também você não vai perder a linda vista do lugar, vai?

Logo ao chegar e descer do carro o cheiro delicioso do campo te envolve e a beleza rústica da fazenda te encanta. Casinhas dos empregados marcam o caminho pela beira do lago até a casa sede, e as crianças, que brincam por ali, logo saem correndo junto com o carro, rindo e acenando numa alegre recepção de boas vindas.

 
 
E não faltam mugidos de boi ao longe, galinhas ciscando, o berro dos vaqueiros no curral, cavalos pastando... será que falta mais alguma coisa prá ser feliz?

A paz e a felicidade presente nas coisas simples!
A quietude do lugar só é quebrada pela voz do gerente que vem nos recepcionar. Atencioso e prestativo, ele nos mostra o local e sua história, e nos conduz ao nosso aconchegante quarto. No total são 8 apartamentos com móveis de época e banheiros decorados com azulejos pintados a mão, sendo 4 apartamentos na casa sede, 2 no jardim da piscina e 2 bangalôs maiores com cama king e hidro. Apesar das diferenças, todos os quartos são muito confortáveis, charmosos e românticos. Sem dúvida é um lugar para se curtir a dois.


As quatro janelas do nosso quarto ficavam nesta quina, duas de cada lado.
Caminho para os apartamentos externos perto da piscina
Um dos charmosos bangalôs com vista privilegiada da fazenda

Assim que chegamos pudemos ver o imenso terreiro, utilizado para a lavagem e secagem do café produzido a partir da plantação de 280 mil pés , inteiramente construído com lajotas de barro e em pleno funcionamento na época da colheita.
A casa sede muito linda, e com estilo arquitetônico original da época dos imigrantes italianos, é bem preservada, e tem na decoração uma mistura de móveis e objetos originais e contemporâneos que dão charme ao lugar.

Furadeira

Como a idéia é fazer você se desligar literalmente do mundo fora das cercas da fazenda, não existe possibilidade de conexão com internet, e nos quartos não tem TV. Mas se você for viciado numa novelinha ou filminho, ninguém tem nada contra, tem uma TV e vídeo numa das salas, mas poucos ligam prá ela. Tem ainda uma gostosa sala para leitura, um salão de jogos, carteado e bilhar, todos com lareira.

Que tal uma relaxada depois da viagem? Você vai ter tempo de sobra para fazer uma sauna e hidromassagem, e antes do jantar, ainda dar uma passadinha na adega e cachaçaria só para abrir o apetite.
Na sala onde é servido o jantar, e também o café da manhã, a comida, simplesmente DELICIOSA, é colocada no rústico fogão a lenha, e o simpático cozinheiro vem logo te recepcionar e tentar descobrir do que você gosta. Pensei que fosse só uma atenção momentânea, mas não é que no dia seguinte, na hora do almoço, ele preparou aquela costela que meu marido comentou que adorava? E ainda fez um bolo lindo pelo nosso aniversário. Uma surpresa adorável!

Uma coisa que nos chamou a atenção é que todos os funcionários do hotel, sem exceção, sabem o nome de cada hóspede desde o primeiro contato, o que nos faz sentir em casa. E todos se preocupam em descobrir o que você gosta para poder te agradar. Confesso que é muito bom ser reconhecido e mimado, e esse é mais um dos charmes do local.

Quando o dia começa você pode escolher entre não fazer absolutamente nada ou participar de alguma das atividades. Mas não antes do delicioso café da manhã, repleto de pães quentinhos recém assados, além de geléias, doces e queijos feitos artesanalmente, e o excelente café produzido e comercializado pela fazenda. E a qualquer momento do dia você pode se servir de um chá ou cafezinho à beira do forno a lenha, sempre acompanhado por um bolo bem fofinho. Coisas de fazenda...

Na infra-estrutura de lazer, a fazenda conta com quadra de tênis, campo de futebol society e oficial, pista de corrida, pomar, horta, trilhas para caminhadas, bicicletas para mountain bike, canoyng em cachoeiras e caiaque para corredeiras no verão, passeios de charrete e a cavalo, lagos para pescaria, passeios de 4x4 pela serra e cafezais, pontos de observação de aves e colheita de café de maio a setembro.    
                                                                               
Depois das atividades da manhã você ainda pode relaxar na piscina, tomar um aperitivo no charmoso barzinho anexo, mas se a fome apertar é só se servir no caramanchão que fica ao lado, e você pode escolher entre um bom churrasco ou comida caipira feita no fogão a lenha.E os doces de sobremesa...não há  dieta que resista. Êta vidinha difícil!

 

 
 E nas caminhadas pela fazenda nos deparamos com um pássaro, o jacu, que faz algo prá lá de curioso. Então,uma pausa para o café enquanto eu conto essa história...

 Você já imaginou tomar um cafezinho feito com os grãos tirados das fezes de uma ave? E se esse café custasse algo em torno de R$2400,00 o quilo, ou até R$14,00 a xícara? Pois esse café existe. Trata-se do Jacu Bird Coffee, ou Café do Jacu, que começou a ser produzido em 2006 na Fazenda Camocim, no Espírito Santo, e que deverá ser produzido em breve de forma similar pela fazenda Águas Claras. Sua produção foi inspirada no raro e caro café da Indonésia, o Kopi Luwak, cujos grãos são recolhidos das fezes de um animal local, as civetas (ou gatos-almiscarados), um felino selvagem que mais parece um gambá. A revista americana Forbes classificou o Kopi Luwak como o café mais caro do mundo. Para se ter uma idéia, uma loja de departamentos em Londres vende o café por 50 libras (R$168) a xícara!

Já o nosso pássaro jacu, espécie nativa da mata atlântica, que parece uma mistura de urubu com galinha, não tem estômago, só papo e intestino. Ele pega o grão de café no pé e come só os grãos bons, do mesmo tamanho e maduros, e que têm teor de açúcar mais alto. O jacu elimina os grãos ao pé das árvores de café, que são colhidos manualmente, secos, limpos e guardados. Após um periodo de descanso, são enfim torrados para consumo. O resultado, segundo degustadores, é um café muito bom, harmonioso, equilibrado, com uma acidez desejada, e deixa um sabor residual muito agradável na boca que lembra fruto maduro adocicado. E aí, ainda não experimentou? Então larga de ser jacu e vá provar... Em SãoPaulo, na loja dos Jardins do Suplicy Cafés Especiais tem!

Mas voltando para a nossa fazenda e seu lindo cafezal...

E a noite chega com todas as estrelas a que você tem direito. E se for noite de lua cheia tem cavalgada ao luar, com direito a “pic-nic” de queijo e vinho num morro com uma linda vista, que em noite clara, dá para enxergar as luzes das cidades no vale. Mas se forem outras luas não fique triste porque do forno a lenha vão sair deliciosas pizzas que você monta do jeito que gostar.

E como tudo que é bom dura pouco...quando for dormir, embalado pela tênue luz das velas do seu quarto, você vai sonhar para um dia próximo poder voltar a esse lugar encantado.

PERNIL DE BARÊ

Uma das coisas mais gostosas ao se ter uma casa na praia é que podemos fazer uma festa das coisas mais simples. Cheiro de algo assando na churrasqueira ou no forno a lenha é tiro e queda: amigos aparecem. Cada um trás um petisco, ai alguém prepara uma bebidinha, rola uma musiquinha...pronto! Tá feita a festa, e não demora muito para o riso rolar solto e as horas passarem sem que se perceba. E há anos em casa é sempre assim.

Pela nossa churrasqueira já passou uma boiada, sem exagero. Mas como de churrasco todo mundo entende um pouco, prefiro contar como fazemos o pernil no forno a lenha, já famoso na família e na vizinhança.
Segue a receita:

 01 pernil com osso temperado de véspera com a seguinte marinada(furar a carne antes):
 Esfregar sal em todo pernil (para cada quilo de pernil 1 colher, de sopa, de sal) e pimenta-do-reino a gosto. Colocar por cima: 3 dentes de alho picados; 1 cebola picada; 2 cravos-da-índia; 2 folhas de louro; alguns ramos de salsinha e cebolinha; suco de 2 limões; 1 copo de água; 1 colher, de sopa, de molho inglês, ½ xícara de azeite; 1 copo de vinho branco seco. Misture bem esta marinada à carne, cubra, e deixa na geladeira até o dia seguinte, mexendo de vez em quando para toda carne pegar o tempero.


No dia seguinte retirar o pernil da marinada (tire o tempero que ficar grudado), colocar em uma forma grande de alumínio descartável, se gostar pode colocar pedacinhos de bacon nos furinhos, salpicar com pedacinhos de manteiga, colocar 1/3 da marinada coada (reservar o restante caso precise acrescentar), tampar bem com papel alumínio sem deixar abertura, e levar ao forno a lenha (pré-aquecido) por volta de 6 horas.



Durante o cozimento (fazer isso algumas vezes) retirar a travessa, abrir e regar com a marinada coada, e, se for preciso, acrescentar mais. Ir virando o pernil para assar por igual.

Enquanto o pernil assa preparar o seguinte molho (que será colocado no final):


- Bater no liquidificador: ½ litro de azeite; 6 folhas de louro; ½ cebola picada; 2 cabeças grandes de alho (não são os dentes, são as cabeças mesmo!); 1 colher, de sopa, de orégano; 1 colher, de sopa, de sal; ½ cenoura crua. Bater e reservar.


- Em uma panela grande refogar em um pouco de azeite: 5 cebolas fatiadas fino; 8 a 10 tomates, sem semente cortados finos; 2 pimentões vermelhos em tiras finas; 2 colheres, de sopa, de orégano; 3 folhas de louro. Acrescentar o molho batido no liquidificador, refogar mais um pouco e reservar.
Huuuuuuuuuuuuuummmmmmmmm, tá sentindo o cheirinho?
Quando o pernil estiver cozido, retirar o papel alumínio para dourar a carne (virar para dourar dos dois lados). Quando estiver quase pronto, se necessário retirar o excesso da marinada (deixar uns 2 dedos aproximadamente), misturar o molho de tomate no molho restante na forma, e deixar mais uns 15 minutos no forno.

Estando pronto, cortar a carne perpendicular ao osso, misturando as fatias do pernil ao molho da travessa, e mantendo quente dentro do forno.
 Servir com arroz branco e/ou com pão francês como sanduíche.

Ficou com água na boca? Sem falsa modéstia: é de comer ajoelhado, rezando...

E pra arrematar uma caipirinha caprichada, porque ninguém é de ferro!